Uma jovem que decide sair de casa para viver nas ruas como prostituta e, ao longo de sua jornada, leva o leitor a reflexões sobre nossa busca frenética por status e reconhecimento. Este é o fio condutor do livro “Van Ella Citron”, da escritora joinvilense Bruna Sofia Morsch, no qual aborda com sensibilidade temas vistos como tabus em nossa sociedade. A obra, lançada recentemente em Joinville, Curitiba, Balneário Camboriú e Jaraguá do Sul, retornará à capital Paranaense no dia 6 de julho, sexta-feira, a partir das 18h na Art & Letra.
“Meu objetivo com este livro é abordar temáticas inerentes à nossa realização subjetiva no que tange sentimentos como desejo e amor, além disso, a narrativa fala sobre cultura machista, feminismo e feminilidade, misoginia e capitalismo”, comenta a escritora.
Este é o primeiro livro de Bruna, que é formada em psicologia e pós-graduanda em psicanálise. “Van Ella Citron”, que significa doce mulher ácida – Van vem da palavra vanilla (baunilha) e citron é a tradução de limão em francês, – é uma publicação da editora Micronotas, da escritora e jornalista Katherine Funke.
O evento de lançamento em Curitiba será realizado em parceira com a Livraria Vertov e o Studio Mandrana, a partir das 18 horas. Além disso, o livro será lançado em conferência sobre Feminilidade e Psicanálise (ministrada pela escritora) na Lalangue (centro de estudos em psicanálise), onde a escritora atua como psicóloga especializada em psicanálise, bem como na Livrarias Curitiba, em Joinville, respectivamente, nos dias 13 e 20 de julho.
Sinopse
Van Ella Citron. Baunilha e limão. Aos 19 anos, vende o carro, sai de casa e inicia sua dupla metamorfose. Primeiro, de universitária à garota de programa em Metröpolys. Depois, de mera iniciante na profissão à maior heroína entre as prostitutas da Ilha das Viúvas. Querendo liberdade, Van Ella Citron foge da condição de garota invisível. Luta por tudo, até por um reconfortante café com leite. O paradoxo é que, aos poucos, descobre que a invisibilidade é a garantia da almejada condição de sujeito livre. Assim, sofre a acidez compulsória de ser mulher independente e quase sucumbe à vontade de ser resgatada e se tornar a “mocinha” da própria história. Mas, mesmo de coração partido, se revela menos frágil do que imagina. Não aceita ser enquadrada em um perfil. Muito menos, ter seu corpo amassado pela violência e a corrupção local. Estão todos preparados ao mergulho hipnotizante pelos mares onde habita esta sereia de voz doce e pensamentos ácidos? Se estás a mergulhar nas profundezas de Van Ella Citron, desejo um delicioso naufrágio.