Começa no dia 21 de abril, em Joinville, a primeira turma das Oficinas de Restauro de Móveis de Madeira que serão ministradas em 2018 pelo restaurador Sérgio Bahiense, profissional com formação em Bonn, na antiga capital da Alemanha, e mais de 30 anos de atuação na área. As oficinas são gratuitas e têm a proposta de capacitar pessoas que atuam nas áreas de marcenaria, arquitetura e decoração, restauro e o público em geral para a prática da conservação de móveis de madeira.
A primeira turma contará com sete vagas e será realizada de 21 de abril (aula inaugural, sábado, das 14h às 16h) a 12 de junho de 2018. As aulas regulares serão às terças e quintas-feiras, das 18h às 20h, no ateliê do restaurador, na rua Padre Kolb, 1410, no bairro Anita Garibaldi, em Joinville (SC). A segunda turma, também com sete vagas, será iniciada no segundo semestre deste ano. As inscrições para a seleção já estão encerradas, mas, devido à grande procura, estão sendo estudadas alternativas para viabilizar novas oficinas em um futuro próximo. Ao todo, foram 90 inscritos para as 14 vagas. A seleção da primeira turma teve como critério dar prioridade a profissionais que já trabalham na área de marcenaria. Na segunda turma, foram priorizados profissionais da área de patrimônio e arquitetos – sempre com atuação na área.
O projeto conta com o apoio do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (SIMDEC), da Secretaria de Cultura e Turismo de Joinville (Secult) Ao final do projeto, será fornecido à Secult um inventário com a lista de móveis restaurados durante as oficinas, contendo fotos, o ano de fabricação do objeto (quando possível), a sua origem, nome do responsável e atual localização.
Com as duas oficinas previstas para esse ano, a meta é totalizar 60 horas de aula (30h em cada oficina), qualificando 14 pessoas no nível básico de restauração. Os alunos deverão levar um móvel de madeira de pequeno porte que desejam restaurar (uma relíquia de família ou peça adquirida em antiquários, por exemplo) e o ensino será personalizado. As aulas têm como objetivo apresentar intervenções mecânicas e químicas, estruturais e/ou estéticas, com a finalidade de revitalizar os móveis, reafirmando seus valores históricos e artísticos, e respeitando ao máximo a integridade e características originais das peças.
Serão abordados conhecimentos técnicos, práticos e humanísticos. Cada aluno terá contato prático com as técnicas básicas de desmontagem, remoção de acabamentos, colagem, combate às pragas, tonalização, remontagem e acabamento final. Com isso, eles terão meios de desenvolver habilidades manuais, precisão e percepção criteriosas das especificidades de cada bem. Eles também receberão informações que permitam reforçar o repertório cultural e garantir a reflexão necessária durante todo o processo de restauração, o que proporcionará a atuação de forma crítica, reconhecendo o valor cultural dos objetos trabalhados.
A restauração é o conjunto de definições técnicas e científicas aplicadas para garantir a continuidade temporal de uma obra. É um trabalho especializado, minucioso, capaz de rejuvenescer uma peça condenada e trazer à tona a relevância histórica dela para o patrimônio cultural em que está inserido, contribuindo para a preservação da memória e da identidade de um grupo. Por sua complexidade, o restauro é uma atividade onerosa e que atualmente dispõe de poucos profissionais e cursos de formação.
Confira a lista de selecionados para as duas turmas:
1ª turma: Claudio Afonso Moreira, Ariel José Pereira, Fernando Schumacher, Onildo do Amaral, Jailson Ricardo Mafra, Alexandre Albrecht e Fernando Borchardt.
2ª turma: Isolete Butzke Rodrigues, Leandro Glüher, Mayara Krüger Pereira, Paulo Henrique Klein, Anne Elise Rosa Soto, Simone Schroeder e Gessonia Leite de Andrade Carra.
Sobre Sérgio Bahiense
Restaurador com cerca de 30 anos de atuação na área, Sérgio Bahiense nasceu em Joinville (SC) em 1956. Iniciou seus estudos em Arquitetura no final dos anos de 1970, e aprendeu o ofício de Restaurador na prática, em antiquários de Bonn, antiga capital da Alemanha, onde morou por 15 anos. Entre seus trabalhos está o restauro de móveis para antiquários de Bonn, Colônia, Koblenz, Euskirchen, na Alemanha; para a embaixada do Brasil na Alemanha; e para o Museu Nacional da Colonização e Imigração, em Joinville (SC).