Há 70 anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 7 de abril como o Dia Mundial da Saúde com intuito de conscientizar as pessoas para a importância do bem-estar físico, mental e social, bem como alertar os principais problemas que podem vir atingir a população mundial.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) contempla três importantes conceitos: uma vida saudável e duradoura, um padrão de vida descente (renda per capta) e o acesso ao conhecimento – educação. Quando comparamos o IDH do nosso país diante de um cenário mundial ficamos estarrecidos com os números. Enquanto Noruega, Austrália e Suíça lideram este ranking, conseguimos alcançar a singela 79ª posição, ficando atrás de países como Panamá, Cuba e México.
Mas claro que tais números não devem causar espanto diante de um país que ao longo de décadas não soube cuidar e priorizar sua saúde e educação, nutrientes básicos e fundamentais para o crescimento sólido de uma pátria.
Apesar de uma leve queda nos números, nossa taxa de mortalidade infantil é três vezes maior do que na Austrália. Hoje contabilizamos cerca de 11.8 milhões de analfabetos, com 2,5 milhões de crianças e adolescentes que ainda não tem acesso à escola. Além disso, registramos um aumento de 28 % nos casos de sífilis, que passou a ser considerada como epidêmica. São mais de 72 milhões de brasileiros que dependem do SUS para cuidar da saúde e obter algum tipo de assistência, que, na grande maioria das vezes, é precária e de má qualidade. Políticas públicas e educacionais são raras e pouco impactantes. Hoje carregamos no peito a medalha de 4º lugar no ranking de países com mais mortes no trânsito, contabilizando cerca de 47.000 ao ano e uma média de 4000 por mês, com 400 mil pacientes com algum tipo de sequela todo ano.
Essa enxurrada de números alarmantes é apenas um breve retrato atual do cenário brasileiro, que podemos ter acesso ao abrir páginas de um bom jornal, carente de assistência social, educacional e de políticas engajadas para melhorias da atual situação.
Não observamos até o presente momento mobilizações, sejam governamentais ou populacionais, bem estruturadas para darmos um “basta” neste grave estado de saúde que se encontra a nação, mas cada um deve sim, tentar fazer a cada dia o melhor acontecer, pois só assim teremos no futuro números não que nos humilhem, mas que nos orgulhem. Todos têm direito à saúde!
Dr. Fabio Lepper
Médico urologista em Santa Catarina
Membro do corpo clínico do Hospital Dona Helena, em Joinville
Membro do corpo clínico do Hospital Municipal São José, em Joinville
Membro do corpo clínico do Hospital Nove de Julho, em São Paulo
Membro do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo
Fellow em cirurgia robótica e laparoscopia pelo Johns Hopkins Hospital, Baltimore, EUA
Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)
Certificado pela Intuitive Surgical para a realização das cirurgias robóticas